CRIANÇAS AUTISTAS: desafios do tratamento odontológico e hábitos de higienização.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição de saúde caracterizada por déficit na comunicação e interação social (socialização e comunicação verbal e não verbal) e comportamento (interesse restrito ou hiperfoco e movimentos repetitivos). Não há só um, mas muitos subtipos do transtorno. 


Tão abrangente que se usa o termo “espectro”, pelos vários níveis de suporte que necessitam — há crianças com outras doenças e condições associadas (coocorrências), como deficiência intelectual e epilepsia, até pessoas independentes, com vida comum, algumas nem sabem que são autistas, pois jamais tiveram diagnóstico.


A maioria das crianças com TEA possuem dificuldade no processamento sensorial e comportamento repetitivo. São hipersensíveis, determinados sons podem se tornar uma tortura, cheiros e figuras podem incomodar a criança com mais facilidade. Elas também tem maior tendência de recusa em responder a alguns comandos, criando um ambiente de maior dificuldade de cooperação da criança durante o tratamento odontológico, que pode considerar invasivas as ações do especialista odontopediatra.


A primeira experiência odontológica de uma criança normalmente ocorre pelos cuidados de um(a) odontopediatra. O tratamento odontológico de pacientes com transtorno do espectro autista (TEA) possui desafios especiais que devem ser incorporados ao condicionamento e adaptação da criança ao tratamento. É de grande valor para criança autista ser atendida sempre pelo mesmo profissional e no mesmo consultório, facilitando sua adaptabilidade e identificação com a clínica.


As crianças com autismo tendem a apresentar maior incidência de cáries e doença periodontal. A formação de hábitos de higienização bucal é um desafio, envolvendo o controle do comportamento da criança e a capacitação dos cuidadores, capaz de tornar a higienização rotineira e divertida. Uma questão importante é a dificuldade de expressarem o que sentem, logo relatarem os sintomas. Muitas crianças tratadas em situação de urgência, manifestaram primeiro uma piora comportamental, até então não identificada com a questão dentária. 


Por isso é muito importante integrar a criança ao ambiente do consultório odontológico desde bebê (independente se ela já tem ou não um diagnóstico de TEA), acompanhando o nascimento dos primeiros dentes, estimulando a prevenção e o cuidado profilático precocemente. Um ponto decisivo é evitar que o primeiro contato da criança com o dentista seja em uma circunstância de dor ou algum problema mais grave já instalado, exigindo tratamentos mais intensos e invasivos para criança.


Os protocolos preventivos são fundamentais para saúde bucal da criança autista. Quanto mais cedo a criança conviver com sua odontopediatra de confiança, maiores os ganhos de prevenção e condicionamento, minimizando medos, ampliando entendimentos, logo tornando os tratamentos mais simples e diminuindo a necessidade de recorrer a anestesia geral em tratamentos mais complexos. É importante também um acompanhamento e abordagem multidisciplinar. 


O profissional precisará utilizar técnicas de manejo comportamental, possuindo um histórico social prévia a consulta, para preparar e adaptar de forma adequada o ambiente sensorial capaz de acalmar a criança, assim como, integrar técnicas de utilização de imagens e objetos que podem auxiliar no atendimento, aumentando as chances da criança realizar o atendimento naturalmente no ambiente clínico do consultório odontológico. É necessário levar em consideração aspectos como idade, grau de severidade da síndrome e as características de cada criança. Em casos de maior dificuldade, o tratamento poderá ser realizado em ambiente hospitalar, sob anestesia geral.



Dicas de escovação


1

A escova certa!
Escolha uma escova de cabeça pequena e cabo longo. A mão próxima ao rosto pode causar desconforto.


2

Brincando de boca aberta, boca fechada!

Para que a criança entenda o pedido de abrir a boca, use fantoches ou brinquedos para ilustra a hora de ¨abrir o bocão¨


3

Use figuras ilustrativas do processo!

Cole perto da pia, ilustrações de cada etapa da escovação. Saber exatamente como começa e termina tranquilizará a criança com autismo.


4

Creme dental sem sabor

Evite cremes dentais com sabores atrativos que podem favorecer a inadequada ingestão. 


5

Higienizar, brincar e contar junto!

Hora de contar, de um a dez (quantidade de dentes de leite de cada arcada). Inicie escovando os dentes de cima e vá da esquerda para a direita, fazendo círculos e contando até dez. Dê uma pausa e faça o mesmo nos dentes de baixo. 


6

Seja um exemplo.

Mostre que você também cuida da sua saúde bucal e faça da escovação um momento divertido de cumplicidade. 


Os pais devem valorizar o acompanhamento odontológico das crianças portadoras de autismo, pois uma saúde bucal comprometida poderá comprometer o resultado de outros tratamentos.


A Dra Tatiana Mendez é especialista em odontopediatria em São José dos Campos.


A Dra Tatiana é coordenadora da clínica de pacientes especiais da Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP) em São José dos Campos. Também compartilha sua sólida experiência de diagnóstico e análise no atendimento dos seus pacientes em sua clínica particular. 


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O "Agosto Dourado" é um mês dedicado à promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. Vamos valorizar sua importância para saúde do bebê e sua influencia sistêmica para saúde mais plena do bebê. O leite materno é um alimento com diversos benefícios. Mais do que saciar a fome, ele é fonte plena de saúde. É, naturalmente, indispensável nos primeiros momentos da existência. A recomendação mundial é que o aleitamento materno seja exclusivo até os 6 meses e complementada até pelo menos 2 anos. O Pré-Natal Odontológico é fundamental para adequada preparação da mãe neste processo, assim como, sua influência para saúde bucal e sistêmica da mãe e do bebê. Confira 7 verdades plenas de saúde: 1 O LEITE MATERNO É UMA “VACINA” NATURAL PARA O BEBÊ. Estudos tem demonstrado que leite materno atua como uma “vacina” natural, sendo a maneira mais eficiente de prevenir doenças infecciosas no início da vida. Durante a amamentação ocorre a transferência de imunoglobulinas antimicrobianas maternas. Isso promove uma imunidade passiva à criança amamentada enquanto seu sistema imunológico está amadurecendo. De acordo com o estado imunológico materno, e nutrientes encontrados no leite materno, respostas imunes regulatórias podem ser induzidas a longo prazo nos bebês amamentados. 2 O LEITE MATERNO PODE TER EFEITO PROTETOR CONTRA OBESIDADE INFANTIL O aumento da obesidade infantil é uma grande preocupação em saúde pública. Muitos estudos têm demostrado que o aleitamento materno tem um efeito protetor significativo contra obesidade em crianças. 3 O LEITE MATERNO TEM POTENCIAL DE PREVENIR DOENÇAS ALÉRGICAS Eczemas, alergias alimentares e asma são as doenças alérgicas crônicas mais comuns na infância em muitos países. Existem evidências que eventos ocorridos no início da vida, tais como variações nos padrões de amamentação, dieta materna, exposição ao ambiente e micro-organismos podem ser importantes na sua evolução. O leite humano tem imenso potencial na prevenção de grande parte das doenças alérgicas. 4 O LEITE MATERNO PODE DIMINUIR A INCIDÊNCIA DE LEUCEMIA NA INFÂNCIA A amamentação é uma medida de saúde pública altamente acessível e de baixo custo. Estudos indicam que a promoção do aleitamento materno por 6 meses ou mais pode ajudar a diminuir a incidência de leucemia na infância, além de outros benefícios para a saúde de crianças e mães. 5 O LEITE MATERNO É FATOR DE PROTEÇÃO CONTRA OTITE A otite média é a principal causa da prescrição de antibióticos em crianças. Dois terços de todas as crianças pelo menos já experimentam um episódio de otite média antes dos 7 anos de idade. Estudos indicam que o Aleitamento materno é um fator de proteção contra a otite média na infância. 6 CRIANÇAS AMAMENTADAS TEM 35% MENOS CHANCES DE TER DIABETES TIPO 2 Estudos de alta qualidade indicam que a amamentação diminuiu as chances de diabetes tipo 2. Indivíduos amamentados também foram menos propensos a serem obesos e apresentaram pressão arterial sistólica menor. 7 O LEITE MATERNO PROTEGE CONTRA INFECÇÕES DO TRATO RESPIRATÓRIO O aleitamento materno protege a criança contra infeções do trato respiratório superior e inferior. A duração da amamentação por 6 meses ou mais está associada a um risco reduzido de infecções do trato respiratório em crianças pré-escolares. Esses achados são compatíveis com a hipótese de que o efeito protetor da amamentação para infecções do trato respiratório persiste após a infância, portanto sustentando a recomendação atual para amamentação por pelo menos 6 meses. FONTE: SBP – Sociedade Brasileira de Pediatria
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Normalmente, quando pensamos em bactérias, construímos uma imagem negativa, associada a doenças e problemas. Esse é um viés de julgamento errado, sustentado por meias verdades. Por isso, como tudo na vida, precisamos ir mais a fundo para chegarmos aos fatos da mais consistente realidade. Fatos essenciais - entendendo a Microbiota Bucal A cavidade bucal - um ambiente predominantemente quente, fonte de nutrientes e água - é um ambiente ideal para a colonização destes micro-organismos, com diversas estruturas que podem ser morada de bactérias, como os nossos dentes, a língua e a gengiva. Logo, temos em nossa boca uma rica diversidade de micro-organismos: arqueas, bactérias, fungos, protozoários e vírus. As bactérias são os micro-organismos mais predominantes e formam um ecossistema de aproximadamente 700 espécies. Quando essa diversidade entra em desequilíbrio surgem os problemas bucais! O desequilíbrio entre as bactérias boas e ruins O ponto mais relevante desta lógica é entender que a nossa microbiota bucal é composta por micro-organismos “bons”e “ruins”, que devem coexistir de maneira harmônica e equilibrada, entre si e com o hospedeiro. Os lactobacilos são importantes para a digestão dos alimentos e a proteção da cavidade oral contra patógenos. Existem também os famosos Streptococcus mutans e Porphyromonas gingivalis, que podem ser prejudiciais, quando presentes em grande número. Em crianças, jovens e adultos com boa higiene bucal, as bactérias "boas" e "ruins" coexistem de forma equilibrada. Mas se por algum motivo nossa microbiota é modificada, podemos ter nesse desequilíbrio a origem de diversos problemas bucais. Disbiose e as doenças bucais Quando as bactérias ruins dominam a cavidade bucal, criam o ambiente ideal para o surgimento de uma série de doenças bucais. Placa bacteriana e Tártaro Estimuladas pela má higienização, as bactérias do “mal”, começam a proliferar. Esse aglomerado excessivo de bactérias “ruins” adere na superfície dos dentes, formando um Biofilme sobre ele: a famosa placa bacteriana. Quando o biofilme endurece forma o tártaro. A cárie A placa bacteriana e consequentemente, o tártaro serão só uma das consequências da disbiose bucal. O aumento das bactérias “ruins” começará a promover uma série de doenças bucais, como a cárie, gengivite, periodontite, entre outras. O desequilíbrio da microbiota promove o aumento do número de Streptoccus mutans, consequentemente, uma maior produção de ácidos que atacam o esmalte e a dentina dentária, estimulando o risco de desenvolvimento de cáries. Gengivite É nesse mesmo ambiente hostil que ganham terreno microorganismos como o P.gingivalis, capazes de induzir reações inflamatórias na junção gengival-dentária, e originar a gengivite e consequentemente, a periodontite. A gengivite é a forma mais comum e leve da doença periodontal. Ela provoca irritação, vermelhidão e inflamação na gengiva que circunda a base dos dentes. Quando não é tratada pode evoluir para uma doença gengival mais severa: a periodontite. A periodontite é a inflamação crônica das gengivas e toda estrutura de suporte dos dentes (osso e ligamento periodontal). Seus sintomas são sangramento das gengivas, mau hálito, mudanças no posicionamento dos dentes, recessão gengival (alongamento dos dentes), perda óssea e dor. Como prevenir a Disbiose Bucal Bom, não restam dúvidas de que a higienização é parte essencial de prevenção e manutenção de uma microbiota bucal equilibrada. Isso envolve escovar os dentes por dois minutos pelo menos três vezes por dia, sem esquecer de higienizar a língua. E fazer uso do fio dental pelo menos uma vez por dia. Mas podemos e devemos aprofundar prevenção, integrando nutrientes ao nosso organismo, que fortaleçam tanto nossa saúde sistêmica como a bucal. Logo, os cuidados com a alimentação da criança devem ser diários e serão decisivos para um ambiente bucal mais saudável. Dietas pobres, baseadas em industrializados, ricas em açúcares serão sempre prejudiciais para o equilíbrio da microbiota bucal da criança. O uso de probióticos na saúde bucal Os probióticos já ganham reconhecimento, normalmente focados na área gastrointestinal. Novos estudos têm associado o consumo de cepas probióticas – que contém microrganismos vivos – para auxiliar na prevenção e tratamento da saúde bucal, como reforço ao combate da disbiose oral, com diferentes cepas probióticas indicadas para cada caso, que atuam como escudos de proteção contra disbiose, ajudando a promover a harmonia da microbiota oral. Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus pentosus, Lactobacillus plantarum, Lactobacillus rhamnosus, Lactobacillus delbrueckii subsp. bulgaricus são exemplos de cepas probióticas que ajudam a manter uma microbiota bucal mais saudável. CONSULTE SUA ODONTOPEDIATRA REGULARMENTE Crianças precisam visitar seu dentista a cada 3 a 6 meses. Acompanhar não somente possíveis doenças, mas prevenir um ambiente fértil e equilibrado, logo saudável para boca. Isso é saúde bucal!